
Os 10 000 Russos estão na vanguarda da neo-psychedelia e conquistaram já o estatuto de culto em vários países.
Contrastam com a grande maioria dos seus contemporâneos destas lides por explorar territórios sonoros mais escuros e pela tentativa de reinvenção de um discurso baseado em guitarras. Trabalham a repetição a afastam-se da componente mais clássica da estrutura “canção” criando texturas sonoras melódicas com ares de música electrónica de dança que pisca o olho ao industrial distópico dos anos 80. Influenciados, em grande parte pela instável conjuntura sócio-política actual a nível mundial, no primeiro disco como trio procuravam o som da decadência europeia num cenário pós-crise económica, no segundo, a sensação de um perigo iminente de origem desconhecida.
A colaboração de 2018 com Radar Men From The Moon, deixou, de igual forma, cores sombrias mas ao mesmo tempo mais primitivas. Kompromat (2019), com um som mais musculado, pautou-se por procuras rítmicas. Em 2020, com a mudança de membros e, consequentemente, de instrumentos (baixo por sintetizadores e electrónica) a paleta ganhou cores novas e paradoxalmente optimistas, face à conjuntura actual. O lançamento do novo trabalho está marcado para Setembro de 2021.